segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Medo

E a velha solidão acampa novamente na imensidão de todos os dias. É como se um deserto sem sombras habitasse um grande descampado em algum lugar ai dentro de mim. Não posso ver, nem explicar, mas isso me da um medo incontrolável. Ele se manifesta a qualquer momento, quando menos espero, como se fosse meu dono ou parte total de mim.
Tenho medo desse medo, medo do medo que ele me causa sem eu saber explicar, sem que eu mesma possa entender o por que. Não adianta disfarçar nem me esquivar, ele vem e toma conta, começa no pé, sobe no joelho, nas pernas, no corpo todo, até saltar pelos olhos. Depois que ele molha meu rosto o máximo que pode, ele cai no chão e ai começa tudo de novo, no pé, no joelho, nas pernas até que ele cansa e vira solidão de verdade.

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