quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Teoria Secreta

Não, por favor, não entenda como quiser.
Não é para impressionar, nem para comover que escrevo. Quero apenas sentir a liberdade de ser autentica comigo mesma. Nem ferir eu queria tampouco mentir, mas escrever esconde um mistério muito secreto que pode ser bom ou ruim, depende de quando e onde se lê. Não quis dizer que sou um mistério, nem secreta, por isso escrevo, para traduzir em letras fáceis as coisas que eu também não entendo muito bem.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Medo

E a velha solidão acampa novamente na imensidão de todos os dias. É como se um deserto sem sombras habitasse um grande descampado em algum lugar ai dentro de mim. Não posso ver, nem explicar, mas isso me da um medo incontrolável. Ele se manifesta a qualquer momento, quando menos espero, como se fosse meu dono ou parte total de mim.
Tenho medo desse medo, medo do medo que ele me causa sem eu saber explicar, sem que eu mesma possa entender o por que. Não adianta disfarçar nem me esquivar, ele vem e toma conta, começa no pé, sobe no joelho, nas pernas, no corpo todo, até saltar pelos olhos. Depois que ele molha meu rosto o máximo que pode, ele cai no chão e ai começa tudo de novo, no pé, no joelho, nas pernas até que ele cansa e vira solidão de verdade.

Verdade

A menina dançou, cantou e girou o vestido rodado. O vestido era verde, a menina era boba e alegre. Pensou que pudesse ser feliz com a guerra do mundo e encontrou no campo de batalha um menino vestido de azul. Ali no meio dos tiroteios, das bombas e de muitas vidas que já tinham se acabado, eles dançaram juntos e se amaram incontrolavelmente, incomparavelmente. Como se Deus estivesse presente dizendo que a vida é muito mais do que sorte, mas é também correr o risco de levar um tiro no meio da dança. A menina de vestido verde sabia que a morte podia lhe atingir no peito, mas dançar era mais divertido que esperar a morte. Então ela e o menino vestido de azul, fizeram o possível para dançar no ritmo da música mais doce que entoava silenciosa dentro deles. Às vezes eles se atrapalhavam entre um passo e outro, mas logo se encaixavam novamente na melodia e agradeciam por ouvirem aquele som mudo que poucos privilegiados ainda podiam sentir. A dança acabou com um beijo, mas a música continuava com a mesma freqüência, talvez um pouco mais alta agora, mais rápida e intensa. O lugar era o mesmo, o vestido verde e a roupa azul também, mas a alegria era verdadeira, e agora, era pra sempre.

domingo, 31 de outubro de 2010

Pequena Borboleta

Não da pra ser igual o tempo todo,
Borboleta quem não queria ser?
Na infância ou mesmo um pouco antes de morrer?
Eu sou apenas a parte amarga do mundo
Pequena e sozinha pensando para onde devo ir
Se as asas eu perder, nem lagarta mais voltarei a ser
Melhor ficar na terra e encontrar um dia o meu lugar
Esse canto onde continuo a ocupar, eu sei que não devo ficar
Mas agora que sou grande e não quero mais voar
Aprendi com a dor de ver meu sangue derramar
Que no mundo cada um tem o seu lugar.
Pode ser que um dia eu veja
Pode ser que um dia eu seja alguém melhor
Amanhã a sorte não sei se vem,
Por isso guardo no bolso as asas que cortei

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O amor?

É a língua seca, a unha arranhando o quadro negro, os pés pisando o asfalto quente.
Pode sentir assim? Pode ver como a simplicidade é facilmente fragilizada quando corremos riscos? Não vale acordar cantando nem disfarçar o pranto ou engolir a dor. Vale ser real e acreditar no que se tem, pedir a Deus todas as manhãs que seja real enquanto existe e “eterno enquanto dure”. São doces e meigas as estórias que nos contam, de príncipes e princesas, de heróis românticos como o próprio Romeu com sua Julieta, quero escrever o meu conto, encontrar o final certo, o final perfeito após um dia normal. Nada de mostrar á humanidade a harmonia perfeita entre o ser e o EU, quero desejá-la apenas para mim, e que eu saiba o quanto é bom estar aqui.
Enquanto o resto do mundo continua ai, sentado na janela ou no cordão da calçada esperando a dor passar, enquanto o mundo conta quantas lágrimas foram derramadas em vão, quero apenas estar aqui e continuar assim. Dono de mim mesmo, aprendendo uma nova lição a cada dia, chorando às vezes, sonhando às vezes, sorrindo às vezes. Até o Fim